quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

SEMINÁRIO DE ARTE E TECNOLOGIA

Seminário promovido pelo EAD = Educação Aberta a Distância
Projeto Aprendi

Alguns tópicos apresentados no seminários por alguns palestrantes.

Mirin Celeste Martins - área = arte educação
Caminho percorrido pela arte através dos tempos = o primeiro lugar foram as cavernas, passando pelas igrejas, pelos museus e ocupando atualmente também os espaços públicos, com a invação de imagens.
Professor = mediação cultural, contato através da arte - escolher obras = várias imagens com um mesmo tema - vencer o silêncio inicial ao conversar com os seus alunos.
Agentes culturais - interpretação da obra: a leitura da própria obra e a leitura do espectador. Cada um lê com os olhos que tem e interpreta a partir de onde os pés pisam.
A importância do espectador - eles tem coisas a dizer - acreditar no outro - provocar estesia.

Sergio Bairon - área = antropologia
comunidade e universidade
temáticas = afro e indígena
Propostas metodológicas = realidade brasileira
Antropologia visual = maneira audiovisual tendo como meio o filme ou a fotografia.
Produzir conhecimento junto a comunidade.
Etapas da pesquisa: observação desarmada = até que algo nos chame a atenção, linha que me significa - laboratório do ouvido - pesquisa do som.

História africana
Região do ABC SP
Material didático = 34 teses com histórias locais.
Conto= a grande viagem.
Material desenvolvido: filme, contos escritos, trechos das teses, mapas dos quilombos e locais.
endereço = diadorin.org

História da coroação dos reis congo
Coroação dos reis negros.
Festa popular religiosa do interior de Minas Gerais, Cuba, Uruguai, Argentina e Cabo Verde.
Montagem do filme desenvolvido junto a comunidade.
As comunidades agora - hipermídia em 21 filmes. material rondômico = mouse em cada opção áudio e imagem, a escolha é do interlocutor = assitir o filme ou nevegar entre os filmes.
A comunidade está montando o próprio material.
Mapas com a trajetória.
Produção do conhecimento junto a comunidade.
endereço = reticularidade.org

História Indígena
Índios Bororo = região deMato Grosso.
Projeto interativo. Tem como exemplo o funeral Bororo um ritual com duração de 8 meses.
A montagem do projeto está sendo desenvolvida pela própria comunidade indígena. Socialização verbal e visual.

bairon@usp.br

Suzete Venturelli - área = arte/ativismo
A artista nos deu um histórico dos movimentos da arte ativista e nos falou sobre o seu projeto.
artsatbr.unb.br = trabalho online que está sendo desenvolvido por artistas ativistas. O tema é o meio ambiente, como a miséria, o desmatamento e a queimadas. O projeto é aberto para artistas que quiserem postar suas imagens e denúncias.

VISITA AO CDE

Observação ao Centro de Desenvolvimento e Expressão
Fiz a minha observação com a professora Mônica, que dá aulas nesta escola à alunos com idades entre 12 e 16 anos.
Neste dia, em especial, não pude ter uma observação plena, pois era o dia da exposição anual dos trabalhos realizados pelos alunos. Foram escolhidos pelos alunos de um a dois trabalhos para esta exposição, que aconteceria às 18 horas.
Compareceram somente 3 alunos nesta aula, aproveitei para observar os trabalhos expostos, conversar com a professora e ver a relação que mantinha com os seus alunos.
Sobre a proposta pedagógica desta instituição é o da livre expressão, implantada com a Escola Nova a partir dos anos setenta e seguida até hoje.
Os alunos, na grande maioria, vão as aula porque gostam de arte.
As turmas desta professora são em torno de 10 à 12 alunos. São duas turmas uma pela manhã e outra à tarde. Os alunos tem direito a dois dias por semana, mas isto não impede de virem a outro dia, esta opção é livre.
A Mônica conta com um estagiário duas vezes por semana, terças e sextas.
A Mônica é formada em jornalismo e com um curso de museologia, passou num concurso do Ministério da Cultura como técnica Científica, e foi convidada a dar aulas na instituição, com uma carga de 40 horas. Ela sempre participou de oficinas de desenho e cerâmica. Não possue formação pedagógica.
Os alunos fazem o que gostam, nada é direcionado. Se querem trabalhar em cerâmica, desenho, pintura ou outra atividade, são livres, se cansam de uma e querem fazer outra, também.O que a professora costuma ensinar são as técnicas da cerâmica, cobrar a composição, todo o espaço trabalhado e dar vários tamanhos de folhas para os seus desenhos e pinturas. Se um aluno precisa de orientação sobre um determinado tema que deseja desenvolver, ela mostra através dos livros como este assunto foi tratado por diferentes artistas.
No primeiro semestre deste ano houve uma oficina de literatura, enfoque no surrealismo. Os alunos desenvolveram um trabalhos surreal e ao final escreveram sobre estes trabalhos. Estas atividades só acontecem quando um estágiário é mandado à esta instituição, como teatro ou xilogravura.
Nas turmas da Mõnica, entre seus alunos, estão 8 alunos com necessidades especiais. Ela só dá uma atenção especial a estes alunos no início da sua chegada à instituição, quando eles já se sentem à vontade, o tratamento é igual aos outros alunos.
Notei através dos trabalhos dos alunos, que os desenhos são fortes e expressivos, que o desenvolvimento gráfico e plástico destes alunos, estão acima da média para a faixa etária à que pertencem.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

FASES DO DESENVOLVIMENTO

FASES DO DESENVOLVIMENTO DO DESENHO NAS CRIANÇAS


ESTÁGIO DA GARATUJA

Idade: 2 a 4 anos
Características: experiência sinestésica – não há controle motor,
cor: abordagem sem conscientização,
plano: não existe,
estímulo: através do encorajamento.






ESTÁGIO DO PRÉ-ESQUEMA

Idade: 4 a 7 anos
Características: descoberta da relação entre o desenho, o pensamento e a realidade. Ela desenha o que sente, no sentido de perceber o que é importante para ela. Egocentrismo.






ETAPA ESQUEMATISMO

Idade: 7 a 9 anos

Características: afirmação de si mesmo mediante a repetição dos símbolos da forma: o esquema.
Figura humana: exageração de partes importantes e omissão de partes sem importância.
Espaço: céu e chão. O chão é a linha de base.
Cor: a cor do objeto é a referência.
Trabalho bidimensional.


















ETAPA DO REALISMO

Idade: 9 a 11 anos

Características: Idade da turma. Crise da pré-adolescência. Início do realismo.
Abandono do esquema. Descoberta do sexo.
Cor mais realista, partem para o meio tom..Acentuação da cor sob o ponto de vista emocional. Etapa subjetiva da cor.
Trabalho de grupo.
Idéia de não usar a borracha, o errado pode se transformar, é possível errar. O fazer é fundamental.
Descoberta do plano.
Desenvolvimento da cooperação.
















Esquematização



O Sensível Olhar-Pensante Mirian Celeste Martins

Como o educador ensina a olhar?
O educador deve ensinar o aluno a refletir sobre o que se vê, considerando fatores históricos, contextuais e formais; indo além da primeira impressão, buscando vários pontos de vista para reconstruir significados.

Segundo o texto, o que é ver?
Ver significa, segundo o texto, um olhar superficial, corriqueiro, passivo. Que não questiona.

Qual a relação da arte com o olhar sensível?
Uma relação de troca entre a obra e o espectador. O olhar sensível é o olhar pensante, afeitvo, que reflete, interpreta e avalia, indo além do olhar comum. Procurando significados, diferenças, fazendo relações com o que conhece, buscando novos ângulos na obra, usando a imaginação.

A expressão "olhar o olhar do outro" refere-se a que, no texto?
Olhar o olhar do outro, é fazer a conexão entre o olhar do artista e o olhar do observador.

Como deve ser o encontro da pessoa com uma forma?
De contemplação não passiva, mas ativa. Decifrando os seus sgnificados, fazendo a mediação entre o pensamento do artista e do observador, reconstruindo significados.

É possível "ler" uma obra? Como?
Sim, é possivel ler uma obra. Observar a obra com o olhar sensível é ler a obra.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

As tendências pedagógicas e o ensino-aprendizagem da arte

As tendências pedagógicas e o ensino-aprendizagem da arte
Marilene de Lima Körting Schramm


Marilene inicia a reflexão partindo do pressuposto que o professor necessita conhecer as tendências que influenciaram o ensino e a aprendizagem da arte ao longo da história, para entender situação da arte-educação no contexto atual e refletir sobre a atuação pedagógica com o objetivo de otimizá-la. Conforme Marilene relata, a intenção não é discutir profundamente as tendências pedagógicas, mas sim retomá-las como base para a compreensão e reflexão sobre a situação em que se encontram o ensino e aprendizagem da arte na atualidade.

São três as tendências que interpretam a questão na sociedade:
-educação como redenção
(pedagogias liberais)
-educação como reprodução e educação como transformação da sociedade (pedagogias progressistas)

As derivantes principais na educação brasileira são a conservadora e a progressista

Pedagogia liberal
-tradicional
-renovadora progressista
-renovadora não-direta
-tecnicista

Pedagogia progressista
-libertadora
-libertária
-crítico-social dos conteúdos Pedagogia liberal
Na concepção liberal, arte se dividiu em dois pólos:
Artes Mecânicas (direcionada a alunos do povo em geral)
Belas-Artes (direcionada as elites)
Essas duas classes de alunos deveriam conviver no mesmo ambiente, numa tentativa de aproximar cultura de massas e cultura de elite. Mas o que de fato aconteceu foi o contrario do que se pretendia na época.

A pedagogia liberal tradicional
-preocupa-se com a universalização do conhecimento
-treino intensivo
-repetição
-memorização
-professor como elemento principal
-alunos muitas vezes são encarados como adultos em miniaturas.
- conteúdos apresentados

-o ensino da arte baseado em cópias de modelos

Pedagogia Liberal renovada (escolanovismo)
Essa tendência manifesta-se por meio de duas versões:
-Renovada progressista ou programática, que tem Anísio Teixeira como principal expoente e
afirma que é dever da escola adequar as necessidades do indivíduo ao meio social em que está inserido
-Renovada não-diteriva, com Carl Roger como elemento destaque, o qual enfatizava também a igualdade e o sentimento de cultura como desenvolvimento de aptidões individuais. Relega a escola o papel de formar atitudes e, para isso, deve estar mais preocupada com os aspectos psicológicos do que com aspectos sócias ou pedagógicos.


Pedagogia liberal tecnista
Surgiu nos Estados Unidos na segunda metade do século XX e foi introduzida no Brasil entre 1960 e 1970.
-o homem é considerado produto do meio, é uma conseqüência das forças existentes me seu ambiente
-a pratica escolar tem como função especial adequar o sistema educacional com a proposta econômica e política do regime militar, preparando mão-de-obra para ser aproveitada pelo mercado de trabalho.
-no ensino-aprendizagem de arte há ausência de fundamentos teóricos, grande ênfase em uso de sucatas
-no início dos anos 70, a disciplina de educação Artística torna-se obrigatória, a partir da Lei de Diretrizes e Bases 5692/71, que centra o ensino da arte em técnicas e habilidades, essa fragmentação no ensino da arte se dá em virtude ao caráter tecnicista da lei.
-essa tendência tecnicista firma-se nos anos 70, consolidada no principio da otimização: racionalidade, eficiência e produtividade.


Pedagogia progressista
É resultado da inquietação de muitos Educadores da década de 60, suas discussões e questionamentos focam-se no que diz respeito à real contribuição da escola para sociedade, a pedagogia progressista apresenta-se por meio das tendências libertadora, libertária e a crítico-social dos conteúdos.

Tendência progressista libertadora
- Está ligada diretamente com o método de alfabetização de Paulo Freire
-o homem é considerado um ser situado num mundo material, concreto, econômico, social e ideologicamente determinado.
-a busca do conhecimento é imprescindível, é uma atividade inseparável da prática social e não deve se basear no acúmulo de informações, mas sim numa reelaboração mental que deve surgir em forma de ação, sobre o mundo social.
-a escola como instrumento de luta das camadas populares
-a educação se relaciona dialeticamente com a sociedade
- sua principal função é elevar o nível de consciência do educando a respeito da realidade que o cerca, a fim de torná-lo capaz para atuar no sentido de buscar sua emancipação econômica, política, social e cultural.


Tendência progressista libertária
-valoriza a experiência de autogestão, autonomia e não-diretividade
-a idéia de conhecimento é a descoberta de respostas relacionadas a vida social
- acredita na liberdade por total
-o professor assume a função de conselheiro e, muitas vezes, de instrutor-monitor

Pedagogia progressista “crítico-social dos conteúdos”

Surgiu no início da década de 80 e difere-se das outras progressistas anteriores pela Ênfase que dá aos conteúdos, confrontando-os com a realidade social
-sua tarefa centra-se na difusão dos conteúdos concretos
-cabe ao professor escolher conteúdos mais significativos para o aluno, os quais passam a contribuir na sua formação profissional. Tudo isso visando a inserção do aluno no contexto social.
-não bastam que os conteúdos sejam bem ensinados, é preciso que tenham significação humana e social.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Antônio Berni

Utilizando uma técnica própria de collage na qual incorpora materiais de dejetos e objetos encontrados, Berni cria, assim, um universo onde dois mundos aparentemente antagônicos, se confrontam o da arte culta e da cultura popular, utiliza os resíduos de forma emblemática para aludir a uma realidade descarnada, extrema e irritante, que enturva a atmosfera dos seus quadros. Essa tangibilidade dos detritos é uma franca crítica ao sistema que os produz.

texto completo: http://orgasmatrons.wordpress.com/2008/02/26/antonio-berni/

Vik Muniz

Divide residência entre Rio de Janeiro, São Paulo e Nova York. Publicitário de formação, atua como fotógrafo, desenhista, pintor e gravador. Realiza, desde 1988, séries de trabalhos nas quais investiga, principalmente, temas relativos à memória, fazendo uso de técnicas diversas. Emprega nas obras, com freqüência, materiais inusitados, como açúcar, chocolate líquido, poeira e cabelo. Em The Best of Life reproduz, de memória, uma parte das famosas fotografias veiculadas pela revista americana Life, simulando um caráter de realidade às originárias. Com essa operação inaugura sua abordagem das questões envolvidas na circulação e retenção de imagens. Seu processo de trabalho consiste em compor as imagens com os materiais, normalmente instáveis e perecíveis, sobre uma superfície e fotografá-las. Nessas séries, as fotografias, em edições limitadas, são o produto final do trabalho. Sua obra também se estende para outras experiências artísticas como a earthwork e as questões envolvidas no registro dessas criações.

fonte: http://www.museuimperial.gov.br/trem_ferro/nome_vik.htm

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Lia Menna Barreto













gum gum, 2008










Instalação exibida no Museu do Trabalho em Porto Alegre 2006.







Instalação exibida na coletiva STOPOVER no Fri-Art Centre D´art Contemporain Kunsthalle Fribourg . Suiça. 2006





Coletiva "Espace Urbain x Nature Intrinsèque", com a curadoria de Evangelina Seiler, no Espace Topographie de L´art em Paris, França,2005.


















objetos nascem objetos dos objetos nascem objetos dos ob

A ação de transformar artefatos da indústria do plástico em objetos artísticos, presente no trabalho de Lia Menna Barreto, reativa a discussão sobre uma série de elementos próprios do território da arte. Em primeiro lugar, está a opção por usar coisas já existentes, ao invés de fabricá-las – uma prática inaugurada por Marcel Duchamp quando criou o primeiro ready made. Tempos depois, o mesmo artista conceberia o ready made retificado, que nada mais era senão o ato de interferir no objeto pronto. No caso em questão, também a artista não se contenta em reapresentar o objeto industrial da maneira como veio ao mundo. Tampouco cria em redor dele uma aura de objeto intocável. Ela os “prepara” para a apreciação estética, de uma maneira totalmente dessacralizada. Claro que há um processo de fabricação de objetos, mas não tanto pela conformação da matéria, como pela sua deformação. Em outras palavras, o que ela fabrica é uma nova relação entre os objetos, por sua vez já transfigurados. Faz com que as coisas do universo industrial, com suas características mais evidentes desfeitas, desenhem coisas para o universo artístico. E isso a coloca no território da criação de linguagens, de fundamental importância para a arte contemporânea. (...)





Neiva BohnsPorto Alegre,14 de agosto de 2003

texto completo
http://lia-mennabarreto.blogspot.com/2008/02/neiva-bohns.html




Nuno Ramos


Sem titulo, 1991
Espelhos, tecidos, folhas, plásticos, tinta, metais, resina sobre madeira.
220 x 340 cm


Pagão 3, 2003
Pedra sabão, instrumentos musicais, trilha do choro "Pagão", de Pixinguinha, vaselina
140 x 220 x 120 cm

Sem titulo, 2005
Técnica mista
400 x 710 x 290 cm

Sem titulo, 2005
Técnica mista
280x780x250 cm



Nuno Álvares Pessoa de Almeida Ramos (São Paulo SP 1960). Escultor, pintor, desenhista, cenógrafo, ensaísta, videomaker. Cursa filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP, de 1978 a 1982. Trabalha como editor das revistas Almanaque 80 e Kataloki, entre 1980 e 1981. Começa a pintar em 1983, quando funda o ateliê Casa 7, com Paulo Monteiro (1961), Rodrigo Andrade (1962), Carlito Carvalhosa (1961) e Fábio Miguez (1962). Realiza os primeiros trabalhos tridimensionais em 1986. No ano seguinte, recebe do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP a 1ª Bolsa Émile Eddé de Artes Plásticas. Em 1992, em Porto Alegre, expõe pela primeira vez a instalação 111, que se refere ao massacre dos presos na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) ocorrido naquele ano. Publica, em 1993, o livro em prosa Cujo e, em 1995, o livro-objeto Balada. Vence, em 2000, o concurso realizado em Buenos Aires para a construção de um monumento em memória aos desaparecidos durante a ditadura militar naquele país. Em 2002, publica o livro de contos O Pão do Corvo. Para compor suas obras, o artista emprega diferentes suportes e materiais, e trabalha com gravura, pintura, fotografia, instalação, poesia e vídeo.


extraído do site http://www.itaucultural.org.br/



"Pus todos juntos: água, alga, lama, numa poça vertical como uma escultura, costurada por seu próprio peso. Pedaços do mundo (palavras principalmente, palavras) refletiam-se ali e a cor dourada desses reflexos dava uma impressão intocada de realidade. O som horrível de uma serra saía de dentro da poça e completava o ritual, como uma promessa (pela qual eu esperava, atento) que fosse conhecimento e revelação. Foi então, como se suasse, que algumas gotas apareceram em sua superfície e escorreram, primeiro lentas e depois aos goles, numa asfixia movediça que trouxe o interior à superfície e desfez em pedaços a suspensão e a paralisia. E feita sujeira, aos meus pés, era uma lamento do que eu tinha visto e perdido".
Nuno Ramos
RAMOS, Nuno. Cujo. Rio de Janeiro, Editora 34, 1993, p. 9.










Gestar, justapor, aludir, duplicar são quatro modos que Nuno Ramos encontrou para salientar e problematizar a invenção na arte. É através deles que construiu, para além das variações estilísticas ou de aparência visual mais imediata, um invariante poético. O artista nunca se afastou de uma poética que, para onde quer que desvie, sempre buscou dar continuidade ao descontínuo e, nesse movimento, expor a tensão entre ambos. È assim que ao investigar o fazer pelo gesto procura continuá-lo como tal na pintura apesar da descontinuidade intransponível entre um gesto e a marca que ele deixa. (...)

TASSINARI, Alberto. Gestar, justapor, aludir, duplicar

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

É como se as coisas dissessem que estão cansadas de sua utilização convencional, aspirando à uma desconformidade com a representação, à uma divergência com os símbolos. Divergência com os valores do mundo, enquanto risco, experimento ou manifestação de um ser pensante e vivo, que se recusa encontrar uma só resposta ou significado para uma questão."

Régis Bonvicino sobre a obra de Nuno Ramos

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Projeto Pedagógico

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Laboratório de Arte e Ensino II


Projeto Pedagógico


Componentes do grupo: Camila, Jocilda e Pedro

1 - o que? nome do projeto - TRANSFORMAÇÃO E ARTE
2 - Por quê? A transformação de imagens do nosso dia a dia e objetos do cotidiano que se transformam em obras de arte.
3 - Como? etapas e cronograma Este projeto está dividido em 4 aulas de dois períodos cada. Usando quatro imagens do material pedagogico da quarta e quinta bienal do mercosul, dos seguintes artistas: Nuno Ramos, Patricio Crooker, Antonio Berni e Lia Menna Barrteto.
Primeira aula - momento da leitura das quatro obras de arte pelos alunos - colocando num quadro onde todos possam visualizar. O professor fará algumas perguntas oralmente que os alunos irão respondendo e comentando podendo haver algumas divergências por parte de alguns, o que eles acham sem haver o certo ou errado, tipo: - apontar as diferenças e semelhanças nas obras apresentadas - onde os artistas foram buscar estes elementos para as suas obras, eles fazem parte da nossa cultura? - onde podemos encontrar estes elementos? - estas imagens fazem alguma crítica a nossa sociedade? quais? em quais obras? - como se deu este processo criativo? segundo momento da aula dividir a turma em quatro grupos e distribuir as imagens a estes grupos. atrás das imagens existe alguns comentários sobre a obra e a trajetória do artista e obra, os alunos iriam ler e comentar os dados. terceiro momento da aula. exporiam ao grande grupo a sua pesquisa e comentários feitos no grupo e comparariam com a análise feita anteriormente por eles.
tema para a próxima aula - trazer objetos dos mais variados, podem ser iguais, mas com uma condição - teria que ter um significado para eles e para a sociedade. tema para a professora - ela também trará vários objetos extras - para aqueles alunos esquecidos e para aqueles que querem acrescentar alguns aos seus.
Segunda aula - Em grupos de 2 ou 3 alunos, eles terão de agrupar objetos com significados em comum. Escolher um tema e desenvolver uma obra. Podem usar cola, cola quente e até pregos. Com o andamento do projeto os alunos encontrarão problemas a serem resolvidos seja na elaboração ou no desenvolvimento do tema escolhido, neste momento a professora dará sugestões, ou perguntas a serem resolvidas por eles. Nesta etapa a obra ainda não estará concluida pois os alunos irão precisar de mais tempo para trazerem mais objetos ou para solucionarem os problemas surgidos.
Terceira aula - conclusão da obra.
Quarta aula - exposição dos trabalhos e o comentário dos autores e de seus colegas, inclusive os comentários sobre o desenvolvimento,seus problemas e soluções.
4 - Quem? alunos da sétima série do ensino fundamental - crianças de 13 a 14 anos.
tirar objetos de seu cotidiano que carregam um significado para o aluno e resignificá-los com a acumulação destes objetos, transformando em uma obra.
Objetivos - Não poderá haver a identificação do objeto na obra. A acumulação deverá ter um novo significado para o aluno. Nesta obra estes objetos deverão ser considerados somente como formas, linhas e texturas e cores.
Avaliação - Avaliação - Assim como o objeto possuiu uma significação para o aluno, esta obra com a acumulação destes objetos também terá que possuir um significado. Esteticamente a composição no suporte, e como foi trabalhada as linhas, cores, texturas e as formas encaixando-se umas nas outras.