
Sem titulo, 1991
Espelhos, tecidos, folhas, plásticos, tinta, metais, resina sobre madeira.
220 x 340 cm

Pagão 3, 2003
Pedra sabão, instrumentos musicais, trilha do choro "Pagão", de Pixinguinha, vaselina
140 x 220 x 120 cm

Sem titulo, 2005
Técnica mista
400 x 710 x 290 cm

Sem titulo, 2005
Técnica mista
280x780x250 cm
Nuno Álvares Pessoa de Almeida Ramos (São Paulo SP 1960). Escultor, pintor, desenhista, cenógrafo, ensaísta, videomaker. Cursa filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP, de 1978 a 1982. Trabalha como editor das revistas Almanaque 80 e Kataloki, entre 1980 e 1981. Começa a pintar em 1983, quando funda o ateliê Casa 7, com Paulo Monteiro (1961), Rodrigo Andrade (1962), Carlito Carvalhosa (1961) e Fábio Miguez (1962). Realiza os primeiros trabalhos tridimensionais em 1986. No ano seguinte, recebe do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP a 1ª Bolsa Émile Eddé de Artes Plásticas. Em 1992, em Porto Alegre, expõe pela primeira vez a instalação 111, que se refere ao massacre dos presos na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) ocorrido naquele ano. Publica, em 1993, o livro em prosa Cujo e, em 1995, o livro-objeto Balada. Vence, em 2000, o concurso realizado em Buenos Aires para a construção de um monumento em memória aos desaparecidos durante a ditadura militar naquele país. Em 2002, publica o livro de contos O Pão do Corvo. Para compor suas obras, o artista emprega diferentes suportes e materiais, e trabalha com gravura, pintura, fotografia, instalação, poesia e vídeo.
extraído do site http://www.itaucultural.org.br/
"Pus todos juntos: água, alga, lama, numa poça vertical como uma escultura, costurada por seu próprio peso. Pedaços do mundo (palavras principalmente, palavras) refletiam-se ali e a cor dourada desses reflexos dava uma impressão intocada de realidade. O som horrível de uma serra saía de dentro da poça e completava o ritual, como uma promessa (pela qual eu esperava, atento) que fosse conhecimento e revelação. Foi então, como se suasse, que algumas gotas apareceram em sua superfície e escorreram, primeiro lentas e depois aos goles, numa asfixia movediça que trouxe o interior à superfície e desfez em pedaços a suspensão e a paralisia. E feita sujeira, aos meus pés, era uma lamento do que eu tinha visto e perdido".
Nuno Ramos
RAMOS, Nuno. Cujo. Rio de Janeiro, Editora 34, 1993, p. 9.
Gestar, justapor, aludir, duplicar são quatro modos que Nuno Ramos encontrou para salientar e problematizar a invenção na arte. É através deles que construiu, para além das variações estilísticas ou de aparência visual mais imediata, um invariante poético. O artista nunca se afastou de uma poética que, para onde quer que desvie, sempre buscou dar continuidade ao descontínuo e, nesse movimento, expor a tensão entre ambos. È assim que ao investigar o fazer pelo gesto procura continuá-lo como tal na pintura apesar da descontinuidade intransponível entre um gesto e a marca que ele deixa. (...)
TASSINARI, Alberto. Gestar, justapor, aludir, duplicar
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